sexta-feira, 7 de julho de 2006

-ET's-

Um sonho apenas:
Minhas unhas azuis
Nas tuas antenas.

Meus dedos
Tão finos
De leve pousados
Nos teus
Macios e longos
Braços rosados.

Teus olhos imensos
De um verde-dourado
Procuram os meus
(Azul-desbotado)
Num brilho sagrado
Disparam um raio:
Estamos casados!
A nave vai...
Navalha na veia
O sangue e o sol
A vala comum
Dos sonhos
Onde navega
O teu ser
Estar só não serve
Quem não sabe
Não vê...
Luz da delicadeza
Cor que o cristal traduz
Sol que meus olhos captam
Lente para o infinito
Céu de um azul exato
Onde estaria escrito?
Neste poema vago
Teu nome
Surge
Em negrito.
A nossa viagem
Começa no olhar
No brilho secreto
Que invade um sorriso
Nos códigos mudos
De nossos gestos
Abraços que escondem
Nas suas nuances
O que não queremos
Sentir ou pensar
Na nossa viagem
Por dentro da alma
Trocando impressões
Nos toques dos dedos
Qual leve instrumento
Que mede um desejo
Que mesmo inconfesso
Se sente no ar
A nossa linguagem
Que vai muito além
Do que nossos corpos
Nos ousam mostrar.

quarta-feira, 5 de julho de 2006

Na minha inércia
Procuro desvendar
Tua fala
Nas minhas tramas
Procuro te enredar
Feito aranha
Na teia
Espero
Pelo teu gesto
Para então aprisionar-te
Pôr veneno
Em tua veia
Paciente
Envolver-te
Para sempre...
Eu tenho medo
Eu sei
Das mentiras
Que não prestam
Das verdades
que libertam...
Eu tenho medo
de falar, calar,
ousar, disfarçar...
A solidão me atrai
E o resto só me faz
Não querer mais.